Mídia e Manipulação
Por mídia compreenda-se todo e qualquer meio de comunicação, por diferentes razões não se entrará no mérito de ser ou não de massa. Manipulação, no caso, é direcionar alguém a fazer algo sem que perceba. Assim posto, a manipulação na mídia é o ato de levar, intencionalmente, através dos meios de comunicação, alguém a fazer algo, sem que este perceba.
Porém, referente ao intencional, é discutível até onde um jornalista está lúcido frente às implicações das exposições das suas idéias. Se as implicações forem más, caso seja com lucidez, é considerado mau, caso não haja lucidez, é apenas um bruto com armas na mão.
A mídia pode “criar” guerra, desorganização, impunidade, patriotismo, coragem, prudência, justiça, injustiça, virtudes morais e vícios.
Breves exemplos de mídia e respectivas análises e implicações:
– Juiz acusado de corrupção na capa de uma das importantes revistas do país – dois lados de uma mesma moeda, por um lado mostra alguém “importante” com a possibilidade de ser punido por seus crimes, por outro, nem mesmo em juizes pode-se confiar. A mídia brasileira, de uma maneira geral, não se cansa de mostrar crimes de todos níveis com constância, freqüência, intensidade e duração. Falta o equilíbrio, na mesma capa poderia ser colocada a foto daqueles com coragem o suficiente para investigar, denunciar e buscar justiça, não importando quem seja. É a inversão da demonstração da maldade para o exemplo da justiça. Ocorre aqui não um pensamento de possível ódio pelo juiz, mas sim de admiração pelos justos.
– Jornalista afirma que a mídia não influi nos valores de uma população – Uma colocação provavelmente mais maldosa do que ignorante. Afirmar essa idéia equivale a dizer: “as igrejas não influenciam as vidas das pessoas” e “o holocausto ocorreu sem liderança”. Ocorre aqui uma postura infantil de irresponsabilidade frente os próprios atos, além de um desrespeito pelos leitores em diferentes graus.
No que se refere à mídia, penso que o ideal pode ser um utilizado por alguns pensadores: mais vale o exemplo do que o erro.
Bayard Galvão
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