Auto-Estima e Amor, Por Si e pelo Outro
Autoestima é o quanto alguém pensa ter ou ser o que estima, sendo amor-próprio o resultado de querer o bem de si, por considerar-se belo ou louvável, de acordo com os próprios critérios, baseados nos outros ou não, acreditando ter aspectos repreensíveis ou não.
Assim posto, para refletir sobre a autoestima de alguém, 2 passos: (1) ter claro o que é valorizado/ estimado, de maneira percebida ou não pelo indivíduo, (2) o quanto ele pensa ter ou estar com essa beleza e/ou virtude moral. A palavra utilizada é pensa porque quando se quer falar de sentimentos de alguém frente outra pessoa, não interessa quem é o indivíduo em questão e sim o que é pensado dele. A pessoa “mais virtuosa do mundo” aos olhos do outro, se pensar pouco de si, terá uma baixa auto-estima e provável pouco amor-próprio.
Amor pode ser compreendido como a busca do bem-estar de alguém virtuoso, de acordo com o amante. O pensar (percebido ou não) do amante referente ao amado, governará o amor, assim, dependendo dos valores do amante e o quanto ele pensa vê-los no outro, começará, aumentará, diminuirá ou acabará o amor.
Para saber da possibilidade de amar de alguém, duas reflexões podem ser feitas: (1) o quanto o indivíduo é capaz de colocar o outro em primeiro lugar naquele momento e (2) quais os valores do indivíduo em questão, juntamente com a possibilidade de pensar existir no outro esses valores. Referente ao primeiro, amar significa, pelo menos em dado momento, preocupar-se mais com o bem-estar do outro do que com o próprio, o que para muitos, em diferentes momentos da vida, será inconcebível, quando não impossível por toda a sua existência. Com relação à segunda reflexão, é possível estabelecer uma lista de valores do indivíduo, assim como quando ele pensa vê-los exibido no outro ou até mesmo em si.
Então, se a estima frente o outro for etérea ou pouca, o amor estará fadado a pouco tempo de vida. Por exemplo: quem valoriza apenas dinheiro, status de poder político, beleza magra e jovial, e afins, provavelmente deixará de amar em pouco tempo, pois as razões do seu amor são altamente descartáveis e substituíveis, tornando o amor frágil. Entretanto, se o amor for baseado em valores pensados, reais e sólidos referente ao outro, como prudência, justiça, temperança, fidelidade, lealdade, inteligência, conhecimento, lucidez, simplicidade, humor e outros, ou seja, virtudes da amizade e diálogo, o amor será mais sólido por ter valores mais duradouros e mais difíceis de serem perdidos, possuindo portanto, muitos laços para o vínculo.
Uma das maiores buscas humanas é relacionar-se com o outro, amar, crescer e envelhecer juntos de maneira saudável, embora muitas vezes dificultada e até mesmo impossibilitada porque o que possibilitaria esse relacionamento, muitas vezes, não faz parte do espírito do indivíduo que busca esse.
Vale colocar duas reflexões nesse ponto, (1) o quê significa ser virtuoso e se pode (2) existir algum sistema de valorização do Ser Humano ignorante acerca da necessidade de conhecer bem a si e ao outro.
Dr. Bayard Galvão
Psicólogo Clínico e Hipnoterapeuta