Memórias Falsas
Por pseudomemória compreenda-se atribuir ao acontecido e/ou pensado passado, o que não ocorreu nem foi pensado. São três as formas básicas de pseudomemória: (1) raciocínios passados lembrados no presente como acontecimentos (como sonhos ocorridos entendidos como realidade no presente); (2) acontecimentos passados lembrados como raciocínios no presente (o que ouviu no passado tido como uma reflexão própria); (3) e reflexões no presente, causando a segurança de terem ocorrido pensamentos ou acontecimentos passados, alterando-os.
Pensamentos presentes alterando a memória
Este é um processo onde alguém tenha no presente um raciocínio, seja em devaneio, sonho, transe ou outra situação, as quais num futuro próximo ou distante seriam lembradas como apreensões, ou seja, como fatos objetivos. Por exemplo: alguém sonhou ter conversado com um amigo de muito tempo no dia 10, no dia 11, lembra-se deste sonho como fato objetivo, afirmando assim a alguém, inclusive a si, ter conversado com o amigo.
Acontecimentos passados tomados como raciocínios próprios
Este é o processo de alguém ter alguma apreensão no presente, seja ler, assistir a um filme, ouvir a uma música ou outro e, ao lembrar deste momento no futuro, acreditar que ele tenha raciocinado.
Reflexões presentes alterando eventos objetivos ou subjetivos da memória
Este é o processo onde, ao ter a atividade de lembrar no presente, passa a alterar os fatos passados de maneira não percebida, e, portanto, acreditando nas próprias alterações. Por exemplo: alguém ao prestar testemunho de ter ouvido alguém falando algo, passa a, por diferentes razões, dizer e acreditar ter ouvido coisas nunca antes apreendidas nem tampouco raciocinadas.
Por diferentes razões éticas, não haverá um maior debruçar-se referente a este ponto devido ao fato de possibilitar pessoas a terem ações antiéticas a pensar em maneiras de manipular a memória.
Bayard Galvão
Deixe um comentário