A Arte de Viver Bem
Por viver bem compreenda-se fazer bom uso da vida. Todo usar é com alguma finalidade/ sentido, mas qual sentido dar à vida? Diferentes respostas podem ser dadas de acordo com a moral, sendo essa um conjunto de normas de como fazer algo seja de fundamento cristão, muçulmano, budista, das leis ou outro.
Normalmente, a mídia claramente mostra o sentido da vida, ser feliz, e com os produtos vendidos por ela. Para comprar é necessário trabalhar, para tanto é preciso estudar matérias específicas. Assim, a educação é baseada em matérias necessárias para passar no vestibular, entrar numa boa faculdade, achar um “bom” emprego e comprar/ ter o que faz feliz.
São 3 as noções básicas de beleza hoje exaltadas geralmente na mídia, quanto mais rápido e sem esforço forem atingidas, melhor (imediatismo atual): (1) jovialidade, (2) magreza e (3) ser bem sucedido profissionalmente, tornando-se, portanto um nobre consumidor (dentro da moral das vendas), tanto de cosméticos, quanto de carros novos, corpos firmes, jovialidade e outros.
Em outras palavras, é considerado belo aquilo que se refere a gastar dinheiro, se vendesse mais ser gordo do que ser magro, mais aparentar ser idoso do que jovem mais a felicidade do que o medo, a virtude do que o vício, “o certo do que o errado”, a coragem do que o medo, e assim por diante, propagandas referentes a esses temas já teriam sido encomendados através de músicas (“A Garota de Ipanema” não tinha um ar de sabedoria no balançar do seu dourado corpo), poemas (“Tudo vale a pena se a alma não é “pequena” esse tudo inclui viajar e morrer em prol não se sabe do quê), novelas, jornais, filmes e outros. Por que em uma capa de uma revista conhecida aparece um juiz criminoso, mas não aqueles que lutaram, superaram a si e trabalharam para fazer justiça?
A moral é e sempre foi ditada por aqueles que controlam a comunicação, dizendo ser em prol dos emissores e/ou receptores, seja como for, eles as regem. Por isso a mídia vale tão pouco. A moral geral da mídia é simples: siga a felicidade, fuja da dor. Diga-se de passagem, dirá com o quê ser feliz e ter dores, vendendo logo em seguida ou concomitantemente, como seguir e fugir.
Fala-se muito, inclusive na mídia, de buscar relacionar-se com as pessoas, não colocam, entretanto quais as virtudes necessárias para tornar relacionamentos longos, bons e duráveis, por exemplo: aprender a observar o outro, temperança, paciência, tolerância, justiça, fidelidade, lealdade, nobreza, ética, exercício, disciplina, saber dizer não a prazeres e sim a dores, até pela possibilidade de maiores prazeres e menores dores depois, aprender a questionar os próprios sentimentos e os próprios sonhos.
A Liberdade de Pensamento não é vendável, até porque ela é a possibilidade em última – ou primeira – análise, de formar em si a própria educação. Além de ser muito mais difícil, questionável e inseguro do que seguir as normas expostas pelas “novelas”. Aprender a ser livre é aprender a educar a si, formando seus próprios critérios, sentimentos, comportamentos, é tornar-se dono de si, governador das próprias expectativas e medos, até para decidir pelo quê vale a coragem.
Algumas virtudes são necessárias para se tornar o próprio mestre, a primeira talvez possa ser saber que o sentimento vem do pensamento. Entender alguém e a si é entender os pensares e como esses governam todas as escolhas, sentimentos, expectativas, sonhos, medos, ansiedades, angústia e outros. Sendo também necessária prudência, lucidez, paciência, temperança e outros.
Bayard Galvão
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