Qual O Sentido Da Vida?
Uma pergunta um tanto quanto comum e sem resposta correta se levarmos em conta a crença de cada um. Contudo, aqui, pelo viés psicológico, para a compreensão real e sem firulas do comportamento humano, a vida terá mais sentido quanto mais prazer e menos dores o indivíduo vivenciar. Parece um raciocínio simplista e óbvio, mas é preciso algumas reflexões importantes com certo nível de rigor.
1) Quantos sabem e buscam, de fato, por aquilo que lhes geram prazer?
Situação 1:
Homem não sabe com o que exatamente trabalhar, tampouco qual tipo de mulher quer para acompanhar, trocando de relacionamentos de tempos em tempos; provocando um olhar apático e insosso sobre a vida.
Tão importante quanto saber lidar com as dores da vida, é saber o que provoca prazeres e buscá-los.
Situação 2:
Mulher não é feliz em seu casamento há 20 anos, com algumas tentativas falhas de buscar à felicidade fora de casa, necrosando aquilo que já estava crítico. Com dificuldades para recalcular a rota da vida, hoje, sente-se frustrada, sem perspectiva e motivação, contaminando sua percepção acerca da existência.
Diante de uma infelicidade, dificuldade, alguns pifam, outros se adaptam, e poucos se transformam. Querer e saber aprender o que cada época exige, com doses de coragem, são fundamentais para a felicidade.
Situação 3:
Indivíduo criou uma rotina um tanto quanto frenética por morar em uma das cidades mais tumultuadas do país e aceitar um emprego exaustivo, independentemente da remuneração; dificultando fincar raízes com familiares e amigos. Aos poucos, sem perceber e entender o porquê, observa-se pesado e triste.
Curioso como muitos fazem mal uso de suas vidas sem saber, por viverem isentos de quaisquer questionamentos existencialmente importantes.
2) O que fazer, então, nos momentos difíceis?
Situação 1:
Homem sabe o que lhe faz bem, mas no momento encontra-se em um grande pelejo econômico e sem possibilidades de descanso nem grandes ajudas. No entanto, possui como grande virtude aguentar ensejos de guerra, fazendo o que tiver que ser feito e com afinco, a fim de possibilitar o desfrute depois.
Aquele que não souber arregaçar as mangas nas lutas da vida com solidez e determinação terá mais chances de complicações no meio dela. A vida nos impingirá certas virtudes, nada fáceis, mas necessárias. Saber aguentar os golpes duros da vida, fazer o que não gostaria no momento, são alguns exemplos de esforços descomunais, porém importantes.
Situação 2:
Jovem tem dificuldades de fazer amigos, não se sente atraente, e acaba de perder o avô, com quem passava a maior parte do seu tempo conversando, aprendendo e se divertindo.
Agora, procura em terapia aprender a curtir a vida da melhor forma possível, semeando tentativas de boas amizades; se melhorando naquilo que for possível; embora, cultivando a lembrança de bons momentos que tivera com alguém e que sempre farão parte de quem ela é.
O aprender a viver bem, seja lá o que for para cada um, tem tanto esforço quanto entrar numa faculdade, aprender um outro idioma, emagrecer e por aí vai…
3) E quando tudo vai bem, mas o prazer é rapidamente destruído pelo medo de algo ruim acontecer? Ou apenas por pensar que, um dia, tudo acabará?
Situação 1:
Jovem está para casar e sua mãe passa mal, precisando faltar do grande dia. Contudo, a filha aproveitou e curtiu todos os momentos enquanto foi possível, e casou nas circunstancias permitidas.
Saber e aceitar que não temos o controle de muitas coisas e precisamos atualizar nossas expectativas, faz parte das regras do saber viver.
Situação 2:
Cidadão cria uma visão de mundo extremamente fúnebre e indiferente perante aos acontecimentos da vida, tendo em vista a garantia da nossa mortalidade.
Algumas posturas tendem a ser mais maléficas do que percebemos, deixando de nos molharmos com belos e agradáveis momentos.
Quanto menos aguardarmos por grandes e fabulosos significados existenciais, tirando automaticamente um peso injusto de se carregar, e sabendo prezar por uma vida construída de afáveis condições nos mais diferentes setores do viver, por mais que isso exija determinados amparos, mais tranquilo e pacífico estará com a pergunta inicial.
Montaigne, filósofo francês, dizia que a meta da existência é a morte, prefiro a colocação do psicólogo Bayard Galvão, mais ou menos assim: não escolhemos nascer, mas já que estamos aqui, vamos procurar viver bem!!!